Foram dos melhores anos
E eram anos fervilhantes! O mundo e o Brasil movimentavam-se para encontrar novos modelos de sociedade, posições políticas eram contestadas, reorganizadas, comportamentos e crenças começavam a ser questionados e mudava a forma de enxergarmos o mundo, as pessoas e relações.
Eu chegava ao Colégio de Aplicação assustada, vinda de outra instituição de ensino onde conseguia passar de ano por média e, sempre medrosa com tudo o que ser referia a provas, embora fosse boa nos estudos, tive medo de não acompanhar o ritmo do CAp.
Alguns colegas me ajudaram a aumentar meus medos, dizendo que lá era outra coisa…
Mas, a qualidade do ensino do CAp era tão boa que consegui passar por média naquele ano e nos subsequentes... passando a ser “aceita” como parte do grupo.
Isso me deu confiança, alicerçada no ensino diferenciado e preciso, e que me deu bagagem para enfrentar o vestibular (era época deles...) assim como para a vida. Afinal, ter estudado no Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira significa ter passaporte especial!
E tivemos momentos de muita integração e amizade.
Não esqueço dos estudos em grupo, que também mostravam a importância de uma equipe de trabalho para nossas vivências profissionais posteriores.
Tínhamos nosso especial lazer, que deixou tanta saudade! Viajávamos em grupo nas férias para Estações de Água, carnavais em Angra, Cabo Frio, enfim… vivíamos uma saudável e muito alegre relação de amizade. E tínhamos festas memoráveis como as da Comendador Martinelli, de nossa querida Chris. Eram momentos nos quais tínhamos esperança na vida, no futuro.
Sem saudosismo (porque é lugar comum o fato da tecnologia ser imprescindível hoje) nossa vivência no CAp nos ensinou a socializar, a mantermos a cordialidade com nossos companheiros de jornada e confiar no que nos foi ensinado como um ótimo definidor de nossa capacidade como profissionais.
E vieram, nesta época de movimentos culturais fervilhantes, os festivais estudantis!
E tive a felicidade de participar cantando num conjunto formado por colegas e amigos que se reuniam no terraço da Rua do Bispo. Mariozinho Rocha foi um dos jurados, no início de sua brilhante carreira e tive a alegria de receber uma plaquinha de melhor intérprete! Foi no festival que aconteceu no Instituto de Educação, ali na Mariz e Barros.
Ou seja, o Aplicação nos deu régua e compasso, parafraseando alguém conhecido, para sermos seres competentes nas profissões e na capacidade de nos relacionarmos com respeito e fraternidade com os que vieram em nossas vidas.
Foi um grande aprendizado...acadêmico, humano e social.
Muita saudade!
Candida Cunha
23/12/2024